quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Noite de luxo no Lux


Anna Calvi é, para mim, a grande revelação na música do ano de 2011. Não só pelo homónimo álbum de estreia e sonoridade musculada, mas, também, pela sua vigorosa atitude. Ainda assim, desde os primeiros ecos de «Anna Calvi» que as comparações a PJ Harvey surgiram e, se dúvidas existiam, as mesmas ficaram por terra depois do concorrido espectáculo do passado dia 13 de Setembro, na discoteca Lux Frágil. Da poderosa postura em palco, à portentosa voz e mestria na hora de pegar na guitarra eléctrica e expor-se perante uma plateia, tudo nos remetem para componentes Polly Jean Harvey. No entanto, Anna Calvi não deixa que isso se vire contra ela, pois na hora de cantar adiciona-lhe a paixão desinquietante de Jeff Buckley, a irreverência de Patti Smith, a intensidade de Edith Piaf e um forte cunho pessoal que busca inspiração no deserto Mojave e nos genes musicais dos norte-americanos Calexico. Elementos que me tinham surpreendido aquando da edição de «Anna Calvi» e que, agora, me voltaram a impressionar com o concerto no Lux. O disco, um verdadeiro “must-have”, foi apresentado, de fio a pavio, de uma forma exímia e apaixonada. Lá pelo meio ainda se ouviram «Moulinette» e as covers de «Surrender» (Elvis Prestley) e «Jezebel» (Edith Piaf). Uma performance poderosíssima de Anna Calvi que se revelou num verdadeiro «must-see».

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