terça-feira, 2 de janeiro de 2018

2017

2017 em formato canção


segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

2016


sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

David Bowie (1947-2016)

"And the stars look very different today."

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sábado, 2 de janeiro de 2016

2015

domingo, 4 de janeiro de 2015

2014


quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

2013 num segundo 'post'


2013 num 'post'


domingo, 22 de dezembro de 2013

Segundo fôlego

Parece que foi ontem o concerto de Anna Calvi no Lux, dada a intensidade e empenho vividos naquela sala. Na altura assegurei não perder de vista esta inglesa talentosa e rija e depois de novo fôlego registado em disco. Com «One Breath», Anna Calvi passou agora pela Aula Magna para mostrar as suas novas canções. A postura é a mesma e a intensidade da prestação também. Anna Calvi não é muito expansiva, poucas foram as vezes que comunicou com os presentes, mas a forma com que se entrega a cada canção impressiona. Quanto às canções, além de alguns momentos retirados do excelente debut álbum, as novidades mantêm vivo o entusiasmo em torno de Anna Calvi. A singer-songwriter não mudou muito desde aquela que foi uma verdadeira noite de luxo, no Lux. De salto alto, e muito bem produzida, Anna Calvi entregou-se de corpo e alma a cada música, revelando paixão e músculo interpretativos. Houve momentos mais quentes que outros, «Carry Me Over» e «Fire» (uma cover de Bruce Springsteen) foram muito provavelmente os grandes momentos da noite, mas todos os presentes vibraram e celebraram a música da londrina, que se viu obrigada a subir ao palco por duas vezes. Não foi tão especial como a estreia, no Lux, pois a Aula Magna é mais fria que a pequena cave da discoteca, mas Anna Calvi aqueceu, e de que maneira, a noite fria do passado dia 17 de dezembro.
 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

The Reflektors

«Funeral», o álbum de estreia dos canadianos Arcade Fire, está prestes a completar dez anos e a banda de Win Butler e Régine Chassagne, mesmo após alguns desvios, continua a merecer a nossa melhor atenção. Na verdade, é a coragem e a confiança da banda em chegar mais longe, pretendendo ser maior e melhor, que mais entusiasma neste regresso. É aí que entra em cena James Murphy, dos LCD Soundsystem. Há muito que se falava no trabalho conjunto dos Arcade Fire com James Murphy. Win Butler sempre se referiu aos LCD Soundsystem com enorme admiração e as digressões em conjunto, a edição, em 2007, de um slip-single e a participação dos Arcade Fire no concerto de despedida dos LCD Soundsystem davam a entender que a colaboração era para continuar. Com a cessação de atividade dos LCD Soundsystem os rumores ganharam força e foi já na segunda metade de 2012 que o músico norte-americano se juntou aos Arcade Fire para gravar «Reflektor», o quarto álbum de originais da banda. Um disco que volta a apostar no rock heroico, mas seguindo o caminho de «Sprawl II (Mountains Beyond Mountains)», o excelente single de «The Suburbs», em direção às eletrónicas e aos sintetizadores e sonoridades dos anos 80 (ouçam-se «We Exist», «Porno» e «Afterlife»). Pisca o olho à brit pop de 90, em «You Already Know», passa em revista o glam rock, com «Joan Of Arc», e explora os ritmos mais quentes e exóticos do Haiti e da Jamaica («Flas’hbulb Eyes» e «Here Comes The Night Time»). «Reflektor» é um álbum diferente na discografia dos Arcade Fire, mas é, também, mais uma magnifica coleção de excelentes canções (não posso deixar de destacar «Reflektor», «We Exist», «You Already Know», «Porno» e «Afterlife»). O disco não mantém o mesmo nível do início ao fim, mas confesso que já há algum tempo não ouvia um álbum duplo de uma assentada. Grandes Arcade Fire! E venha lá o concerto em 2014.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Dupla face

Este ano o Vodafone Mexefest mostrou-se irregular nas suas apostas e, por isso, não fosse uma oportunidade de última hora para entrar nos espetáculos marcados para o Coliseu dos Recreios, não teria “remexido” naquele que podemos já chamar o festival da Avenida da Liberdade. Pena não ter tido a oportunidade de conhecer John Grant ao vivo, mas a verdade é que a atração maior desta edição passava mesmo pelo palco do Coliseu e pela prestação de uma das maiores revelações de 2013, as Savages. Se em disco o post-punk de Jehnny Beth (voz), Gemma Thompson (guitarra), Ayse Hassan (baixo) e Fay Milton (bateria) impressiona e empolga, em palco a música e a postura desafiadora de Jehnny Beth constrói um desassossego miudinho impossível de contornar. Há, na verdade, algo de unapologetic na prestação destas quatro britânicas (ouçam-se, por exemplo, «Shut Up» e «Husbands»). Força que ganha ainda mais poder com a personagem musculada e quase perturbadora, numa mistura andrógina de Ian Curtis, com Brian Molko e Anna Calvi, de Jehnny Beth. O resultado é robusto e atraente, mas Jehnny Beth não deixa os créditos por mãos alheias e atira-se a cada canção como se fosse o momento da noite (recordo as prestações em «I Am Here», «Waiting For A Sign», «She Will» e «Fuckers»). Excelente concerto a promover um soberbo disco. «Silence Yourself» é uma das estrelas de 2013 e a passagem das Savages por Lisboa mostrou-o. Agora falta esperar por mais concertos desta nova coqueluche da música britânica.

A fechar a noite, Woodkid. Não conheço bem a história do francês Yoann Lemoine, a.k.a. Woodkid. No entanto, e com o concerto da passada semana, pude situá-lo entre a faceta mais bucólica de Patrick Wolf, as suaves texturas de Patrick Watson e a melancolia agridoce de Lana Del Rey (artista com quem Woodkid já trabalhou). Vislumbramos, também, um apurado interesse na singularidade de Antony Hegarty e no escapismo Tolkien. Portanto, os elementos parecem ser os certos, mas a música não me convence. A voz é limitada e cada novo momento é parecido com o anterior. Ainda assim, Yoann Lemoine deu um espetáculo digno de encerrar qualquer festival. Uma prestação entusiasmante que foi conseguindo captar a atenção dos muitos que se deixaram estar pelo Coliseu. Se no início era difícil ouvir o que vinha do palco (tanto era a conversa), no fim todos pulavam e seguiam o pequeno Woodkid, como se este fosse a next best thing que sucede às febres AWOLNATION e Imagine Dragons. Houve diversão q.b. e excelentes projeções de vídeo. Yoann Lemoine prometeu regressar a Lisboa e muitos foram os que nomearam o concerto como o melhor do Mexefest. Foi um bom momento, mas fica a sensação que Woodkid promete mais do que realmente nos dá.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O passo certo

«Right Thoughts, Right Words, Right Action». É este o statement dos Franz Ferdinand para este ano de 2013 e o nome certo para aquele que é já o quarto álbum dos escoceses. O irregular «Tonight: Franz Ferdinand», de 2009, veio criar algumas dúvidas quanto ao futuro da banda e até houve quem questionasse a importância da sua pop & roll, certificada em 2004, com o homónimo debut álbum. O cenário não era o melhor, portanto, mas com «Right Thoughts, Right Words, Right Action» os Franz Ferdinand conseguem dar uma resposta inequívoca quanto à referida importância e ao seu papel na música dos dias de hoje. Dão mais destaque à pop que ao roll, é certo, mas o resultado é o melhor desde a estreia em 2004. Ainda assim, Alex Kapranos canta, com alguma ironia, «Don't play pop music / You know I hate pop music», em «Goodbye Lovers And Friends». A banda aposta mais na sua faceta beatlesca, recordando os melhores momentos de «You Could Have It So Much Better», de 2005, mas mantém o espírito cool de sempre («Love Illumination», «Stand On The Horizon» e «Fresh Strawberries» são alguns dos momentos mais luminosos do disco). Os Franz Ferdinand não têm a mesma força de há dez anos, mas mantêm a fasquia alta. Podem já não ser cabeças de cartaz de festivais de verão, mas isso não é o que mais interessa...

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

E os anos 90 aqui tão perto

Há muito que se falava no regresso aos discos dos norte-americanos Mazzy Star. É certo que Hope Sandoval, a voz e a principal figura da banda, foi dando notícias, ora com o projeto Warm Inventions (ao lado de Colm Ó Cíosóig, dos My Bloody Valentine), ora em colaborações com nomes como os The Jesus And Mary Chain, Bert Jansch, The Chemical Brothers, Air, Death In Vegas e Massive Attack. Ainda assim, para quem, durante os saudosos anos 90, se perdeu na redoma melancólica de Hope Sandoval e David Roback, esses episódios souberam sempre a pouco. Em 2011, e depois de quase quinze anos de espera, os primeiros sinais de vida deram-se através do duplo a-side single «Common Burn» / «Lay Myself Down». Canções que integram o alinhamento de «Seasons Of Your Day», o disco de 2013, e perseguem o caminho abandonado em 1996, após a edição de «Among My Swan», e já explorado por outros como Beach House, Keren Ann, Dum Dum Girls e Widowspeak. Portanto, a dream pop bucólica que procura a simplicidade melódica dos The Velvet Underground e atalha pelo shoegaze atmosférico dos 90, resultando em ecos melancólicos e bonançosos, está de volta. Os Mazzy Star não inovaram, é certo, mas oferecem-nos um disco homogéneo e dez novas canções que mantêm vivo o encanto pela sua música, das quais destaco «In The Kingdom», «Common Burn», «California» e «Lay Myself Down».

domingo, 17 de novembro de 2013

Calvi, Anna Calvi

Se tivesse de escolher o melhor debut álbum de 2011, «Anna Calvi» seria o grande vencedor, batendo a concorrência liderada pelos trabalhos de James Blake, Washed Out, Shabazz Palaces e Cults. As canções musculadas da singer-songwriter e a forma apaixonada com que Anna Calvi se entrega a cada momento, muitas vezes comparável à fórmula interpretativa de Jeff Buckley, fizeram de «Anna Calvi» um dos momentos mais fascinantes da nova música britânica. Dados que mereceram a nomeação para o Mercury Prize e me fizeram ansiar por uma segunda entrega de Anna Calvi. «One Breath», o segundo disco da londrina, foi editado há pouco mais de um mês e a sua magia ainda perdura. Onze temas novos, mais uma vez vigorosos e apaixonantes, que prolongam o fascínio em torno de Calvi. «One Breath» mostra-nos mais do mesmo: «Eliza», o primeiro single, é o melhor ponto de contacto com o disco de 2011. No entanto, também há espaço para novos elementos: «Piece By Piece», por exemplo, parece criado da esquizofrenia sonora de Annie Clark, a.k.a. St. Vincent; «Sing To Me» cola-se ao bucolismo de Alison Goldfrapp; «Love Of My Life» é rude e capaz de fazer frente a algumas composições de Josh Homme; «Tristan» pisca o olho a Patrick Wolf, numa perspetiva Calvista e com algumas eletrónicas à mistura; «Carry Me Over» é complexo e bom; e «Bleed Like Me» segue os passos de Jeff Buckley. «One Breath» é mais um excelente disco de Anna Calvi. Um trabalho mais maduro e mais trabalhado que continua a mostrar o melhor que há na pop britânica.